Súmula Histórica

A freguesia de Santa Eulália foi anexada ao Mosteiro de Arouca pelo Bispo de Lamego, D. Fernando de Noronha, em 15 de Agosto de 1520 anexação confirmada por D.João III, por alvará de 24 de Fevereiro de 1540.

A freguesia teve ocupação inicial em época indeterminada. Como as freguesias vizinhas, as terras desta freguesia situam-se, segundo documentos do séc. XI, junto à “serra Seca discurente rivulo Alarda prope castro Aranka”. A vizinhança deste castro atesta o seu remoto povoamento, de que a própria toponímia é expressiva pois a devoção popular a Santa Eulália é uma das três ou quatro mais antigas e profundas da Península. Deve considerar-se ainda os topónimos de origem germânica, derivados de nomes pessoais: Eiriz (ou Iriz), Ronde, Sá, etc. Além do referido “castro”, existe o monte de S. João de Valinas, estação arqueológica que aparece referida, com certa frequência, em documentos medievais. Existiu em tempos um dólmen no monte, junto ao lugar de Casal-Mau, classificado em 1910 como monumento nacional, mas que infelizmente foi destruído. També classificado coo monumento nacional, na mesma data, é o “Memorial” do lugar de Santo António.

No dicionário Geográfico, de 1747, o abade Gaspar Barbosa Malheiro, descrevia a freguesia nestes termos: “É esta freguesia de Santa Eulália de Arouca da província da Beira, bispado, e comarca de Lamego, no termo da vila de Arouca. É apresentação do real mosteiro de Arouca sem controvérsias até ao presente. Corre de norte a sul em distância de uma légua de comprimento e e de largo menos de um quarto. Tem cinco lugares de gente mais rústica, de poucos vizinhos cada um, e estão separados deste vale de Arouca por uma serra baixa chamada o Ressaio que corre de nascente a poente pela parte direita do dito vale. É do termo da vila de Arouca”

O Mosteiro de Arouca lograva grande parte dos edificios da freguesia e o padroado da igreja: “Santa Ovaia dArouca he dapresentação do mosteiro dArouca “, pagando de apresentação 4.608 reis e de visitação 500 reis – diz o Censual do Cabido lamecense (da primeira metade do séc. XVI). Parece que a estirpe “de Paiva” também aqui teve grandes bens, especialmente D. Garcia Fernandes de Paiva, cujo filho, D. Rui Garcia de Paiva casou com D. Berengária Aires e a deixou herdeira de muitos bens, entre os quais a vila de Cinfães e parte do padroado de “Santa Ovaya en o Bispado de Lamego”, a qual parte ela doou em 1302 ao Bispo do Porto (D. Giraldo). Teve também haveres na freguesia o célebre D. Egas Moniz, o aio de D. Afonso Henriques, aos quais ajustou um casal cedido pelo mosteiro de Paço de Sousa, como outros noutros lugares.